As palavras que eu não disse
E que relembro agora dolorosamente
Prestes a atravessar meu mundo
Numa amplidão abismal,
São o ruído de mim a esperar.
Quantas horas vazias sem parar
Quantos pensamentos a se enroscar
E nada que aplaque essa torrente.
Como uma estátua fria fico inerte,
Esses boatos a me cercar.
Eu saúdo a minha angústia:
Estou irremediavelmente vivo
E hei de me despir de mim para a travessia
Mas nem sei como se faz isto.
Certamente sem palavras.
29 de julho de 2008
Certamente sem palavras
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2 comentários:
"Eu saúdo a minha angústia:
Estou irremediavelmente vivo
E hei de me despir de mim para a travessia
Mas nem sei como se faz isto.
Certamente sem palavras."
Sabe que eu também não sei?
Só sei que você é o poeta que encanta meus sonhos.
Lindo poema
abraços
Pôxa... quem diria o fescenino por baixo do professor de matemática...
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