Fico na janela a fitar a noite à toa...
A garoa desenha nas ruas
Um translúcido mundo de contornos.
Soturno, ilícito e de costas para ti,
Busco adivinhar no vidro os olhos réus.
Estranho e doce corpo o teu.
Amor de aluguel, olhos de vitrine,
Disfarce noturno de fingida caça.
Dói-me o coração tua carícia,
Alicia-me caindo como um véu.
Boca lânguida de amante de bordel,
Por mais que me alucine
Não me enlaça
E sinto só tua morna perícia
Ao fingir desejos que são meus.
A hora passa e a noite escura se desfaz.
Você dorme entre lençóis impessoais...
Arrefece a chuva, amanheceu.
E, na rua, a sombra etérea
A ir-se ao léu entre os demais
Ainda sou eu, ainda sou eu...
10 de setembro de 2008
Noturno 07 - Notívagos
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2 comentários:
Oiiiiiiiiiii
Óia eu aqui!
Saudade!
Que lindo ficou esse poema!
Vc mexeu nele.
Os noturnos!!! Lindos, né?
bêju!
Edmea Thea
Perdão: essa É FO-DA. Não me esqueci desde a primeira leitura.
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