Neste dia infindável em que meu barco navega lento em calmaria
E distraídos ficamos a fitar a monotonia do horizonte,
Conta-me um caso, um fato que remonte a um tempo diferente
Que dê motivo ao meu viver inconsistente à espera de tragédias.
Enquanto no morno mar sedoso, jaz o galeão em rédeas d’água entorpecido,
Conta-me como num remoto tempo ido viveram aqueles que venceram deuses...
Era uma vez... Era eu uma vez...
Ah quão mais sentido faz suster firme o leme em meio à tempestade
Que empurra a nau à deriva e agarrados a ele com temeridade não cedemos...
Dispara o coração! Homens, velas e remos, apenas um propósito: manter o rumo!
Ultrapassamo-nos. Fixamos como nosso prumo o ir para além de nós
E, pasmos de alma gritante, pagamos o preço de estarmos sós na descoberta:
A rota é o que importa, não a chegada! A busca incerta a navegar por ser preciso!
25 de agosto de 2009
Argonautas
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2 comentários:
Que lindooo!!
Abraço
Vanessa
"Homens, velas e remos, apenas um propósito: manter o rumo!" E o rumo parece ser não ter rumo para que se mantenha "A busca certa a navegar por ser preciso!". Belo poema! José Heber - www.joseheber.blogspot.com
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