Desencontrado e vagabundo,
Entre os letreiros luminescentes dos bares,
Percorro essas veias de sangue noturno.
São todos iguais assim, bem ou mal.
A serpente dos quadris, os dialetos,
As palavras revoando pelos guetos,
Os olhos esgueirando-se pelos olhos,
A língua escorregando no céu da boca,
A comunhão pagã que a cerveja evoca.
Noite é um mel, noite é um fel,
Noite é um céu. A noite é a mãe assombrosa
Mater dolorosa e obscura que todos querem ter.
E eu a entregar meus olhos aos transeuntes
E a ouvir as bobagens alheias, procuro um assombro.
Quero-me vida bandida e arrebatamento.
18 de maio de 2008
Noturno 04
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
A vida é diferente a noite.
Uma velha Kali a economizar traquejos, a transbordar requebros e (pedir muito?) conceder algum alento.
mâe assombrosa, mater escura e linda, livrai-me de mim...
rsrsrs
Postar um comentário