Chove...
Um guarda-chuva colorido,
As manchas de oncinha no vestido,
Derramas teu olhar caído
Sem fitar ninguém e, fim da noite, vais.
Vejo-te descer mais uma vez a rua
Absorta e indiferente, quase toda tua,
Sexo de aluguel, uma aventura,
Meu desejo de que estivesses toda nua,
A morna carícia afável que tortura.
Sigo-te a rodopiar no vento,
Por um instante, um estremecimento
Quase isento de mim em minha lama.
E, insone, busco um sonhado alento
Nos teus braços de programa.
Chove...
O olhar absorto e distraído,
Vais embora num passo decidido.
Em minha solidão dou-me enfim por vencido
E a hora vaza-me em nascentes lacrimais.
5 de agosto de 2008
Durma bem Cacau...
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Um comentário:
Adoro essa... fui longe nas lembranças, agora.
P.S.: "Vais embora num paço decidido." É Passo de andar ou paço de espaço público.
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