As marcas dos pneus ficam no asfalto molhado.
Eu indo, eu noite, eu entrevado
A seguir um estranho fado que não quero...
Solidão de amigos mortos,
Dois seres perdidos,
Um encontro que espero
Improvável.
De manhã, insone, abro a janela,
“Estar juntos é estar na pele”,
Mas não há toque que se revele,
Não há acalanto que embale meu coração
Que em vão apela por serenar.
Cintila o chão noturno
Como um espelho iridescente
Num mundo oposto ao meu.
Enquanto o véu soturno encobre minha estrada,
“Amar mesmo que seja imprecisamente”,
Na madrugada entre todas as perguntas tolas,
Persigo um elo entre mim e os outros eus.
Dirijo quase como um fantasma
E as imagens se diluem na água à toa da chuva.
Corriqueiros desencontros, instantes derradeiros...
Tudo em mim desconhece paradeiro
E a morte ecoa certa em meu viver.
4 de setembro de 2009
Noturno19 - Inconsistências
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Um comentário:
lindo texto e linda imagem!
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