27 de junho de 2010

A Velha Cristaleira


Estou para jogar a velha cristaleira no meio da rua.
Quero vê-la estilhaçada, cacos de louça e vidro,
Espatifada de memórias, sonhos e planos.
O lugar certo à mesa e os lugares errados herdados
Sucumbindo no asfalto com estardalhaço,
O destroçar do velho móvel, imóvel em minha alma.
Vou atirá-la da sacada dos meus olhos
bem no meio do dia, para que eu me veja
Nos pedaços inúteis guardados do tempo.
Resistir por quê se o que é novo já nasce envelhecendo?
Meu caminho incerto é lei e não tem volta.
Meus enganos não precisam de lembranças.
Na hora certa, seja lá o que isso queira dizer,
O melhor é estar de mãos vazias.

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