14 de outubro de 2008

Chaga

Um torvelinho de sentimentos
Traz-me à boca o coração.
Amargo torpor do desespero,
Percebo-me inaceitável...
A mariposa perdeu a si mesma.
Transformei-me na lagarta
A devorar tudo, insana,
Longe das asas para voar,
Feia, pegajosa e desengonçada...
Meu corpo se tornou uma morada
De tristezas, absurdos e nostalgia.
Como uma úlcera, a dor de minha alma
Dilacera meu corpo e meus pensamentos
Corroendo feito ácido a sanidade e a graça!
Quanta vida deixarei que passe?
Quanto amor jogarei no abismo?
Quanto de mim a metástase já terá tomado?
Mergulho.
Sei que ainda serei pupa a esperar...
Última trincheira, minha vontade,
Alguém me chame, por favor!

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