25 de novembro de 2008

Em minha pele

Em minha pele, todos os meus percursos...
Todos os sinais dos acidentes da Terra.
Em minha pele, meu grito e meu desejo...
Fêmea em véus e vícios da alma,
Linhas, cicatrizes, todos os amores insensatos
Como o teu, estão nela a me revelar.
Minha pele, urdidura dorida e derriçada...
Renascida de si, curada mais uma vez,
Guarda, entre sulcos sutis, memórias veladas
Que eu mesma esqueci:
Meus indistintos descaminhos
Noites de vento a sonhar inconexa,
Força de venenos e cios desmedidos...
Em minha pele ungida de acalantos,
Solitude em meus dispersos pensamentos,
Meus erros e acertos ficarão como hieróglifos
Sem ninguém que me queira decifrar.

3 comentários:

Vanessa Marques disse...

Lindíssimo!
Me emocionei...
bjs

Vanessa Marques disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mérci disse...

"Meus indistintos descaminhos
Noites de vento a sonhar inconexa,
Força de venenos e cios desmedidos...
Em minha pele ungida de acalantos,
Solitude em meus dispersos pensamentos,
Meus erros e acertos ficarão como hieróglifos
Sem ninguém que me queira decifrar."

Poeta,
Quisera poder decifrár minha alma...
Meus desejos,
meus sonhos,
Quiça meus erros...
Você é o poeta que emociona minha vida.
Amodoro você Mario