28 de abril de 2009

Psiqué II
















Meu corpo está deserto.
Desço ao meu inferno e destroço-me a buscar meu segredo
E em meu degredo fico vagando incerta
A esperar que venhas resgatar tua mulher.
Meu nômade estrangeiro,
Hoje tua alegre visita me salvaria do jugo de minhas entranhas.
Minha alma geme triste e prisioneira
E a sujeira sob as unhas de um deus amável é só o que vela por mim.
Nua, desencontrada e esquecida qual mariposa evanescente, arrefeço...
Mas se teu beijo eu tivesse, amado meu,
Se ainda pudesse senti-lo em minha boca,
Ascenderia em vida aos trigais abandonados de minha seara.
Dar-me-ia toda ao teu arado, feliz por me quereres.
Desentranhada de minha descida, revelada de minha sombra,
Abrolharia apossada de mim, armada de mim, senhora!
Ah vem ter comigo, meu homem terno. Toma-me toda
E ama-me que essa é minha remição, aquilo que me faz inteira e tua!

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