10 de junho de 2009

A hora do amor

Estranho amor esse
Que mal cabe em mim!
Que transborda
Minando de minhas veias sujas
Num sangue grosso-ferrugem,
Indistinto, meio sombra,
Meio brilho-útero,
Borrado no cetim...

Amor cativo,
Acuado em minhas coxas
Úmidas & enlaçadas
À ferocidade gentil
Da força bruta que me toma.
Tem ele essência de torvelinho
Antes do vendaval
A varrer meu corpo nu e surrado,
De uma batalha onde meu desejo
É ser vencida total
E desmesuradamente...

Um amor de mulher
Sedenta dos descuidos
De viver sua própria tempestade
O eixo da carne
À beira do insuportável
A cravar meu colo
De predadora nos lençóis
Libertando-me do tempo interminável
No instante eterno em que me dissolvo!

Ai, estranho amor,
Não se deve dizer seu nome a esmo,
Amor quase impronunciável,
O lado sagrado da paixão à flor da pele...
Em vez disso o que faço é só gritar
“Eu te amo”
Enquanto meu sangue
Tinge meu corpo de vida
E minhas lágrimas
Lavam minha sofrida alma de prazer!

Um comentário:

Carolina disse...

Esse poema me faz lembrar de mim...rs
Saudades de você, minha querida Edmea.