3 de julho de 2009

Propósitos


Quando a última fêmea de andrajos brancos,
Inexorável e assustadora, vier por mim também,
Quero recebê-la quase que desarmado, quase que feliz...

Quero então ter cumprido com todas as palavras ditas ou não.
Quero ter dançado as músicas de minhas mais amáveis fantasias,
Quero ter feito poesia como se sempre fosse a última vez...

Quero ter sido inteiro e em tudo, mas com o olhar das crianças,
Sempre pronto a sorrir e a deslumbrar-se, sempre a rir de mim e a brincar.
Quero ter amado mesmo quando pareceu improvável conseguir que assim fosse.

Quero ter ferido pouco quem amei, e cuidado dos que de mim precisaram.
Quero ter deixado meus sonhos nos olhos, nos corações e almas que encontrei,
Quero ir sem dó, sem arrependimentos, com todas as cicatrizes como troféus,

Sem pena, sem piedade, com todas as dores do viver e contudo,
Perguntar a essa terna guia se ainda me daria tempo para mais umazinha!
Mais um amigo, mais um carinho, mais uma amante, mais uma poesia,

Mais um beijo na boca, enorme e de língua,
Mais um quererzinho para não ter que querer mais nada,
Nada, nada mais...

Um comentário:

Vanessa Marques disse...

Me emocionou demais..........


Abraços Mario!