Onde quer que esteja a lua
entre as paredes doentias dos edifícios,
Estarei a buscar sua face,
ausente deusa suja de prata e cobre.
Busco vê-la como que surpreso
mesmo sabendo-a lá,
o olhar enfim recompensado.
Curvo-me a seguí-la repetindo velhas ladainhas
sem respostas nos ecos da noite.
Não sei dos gritos lancinantes ou dos gemidos de prazer
pelos becos da escuridão.
Cães vagabundos marcam seus passos
a fugir dos homens à sua volta.
Minotauros caçam presas pedintes,
jovens Teseus nas entranhas dos labirintos urbanos.
Prostitutas fazem ponto à espera de solitários falos
na sombra de seus desejos.
Mas eu entregue ao meu olhar sedento,
transeunte indiferente e arredio,
Sigo alheio e vadio a procurar
a fonte da fria luz que me prende a mim.
Lua nova, lua velha, lua cheia, lua prenhe,
lua fêmea, resplandecente deusa lua,
Onde quer que esteja, nua,
objeto assim de orações e amores, evocações e enganos,
3 comentários:
Mario!
Bem vindo ao grupo dos que acabaram se rendendo...rsss
Seu blog está delicioso!
PS: Quanto à ausência de poemas no meu blog.. pois é...rs...eu volto, eu volto....qualquer dia.
Beijos mil!
A lua sempre nos remete a algum lugar. Lindo isso tudo que escreveste.
Mille Baccio
Lunar sempre, sem crepúsculo senão para renascer. :)
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