22 de abril de 2008

O Beijo


Beija-me.
Instante eterno, meus lábios contra os teus.
Teia fêmea em mim, língua contra língua,
Amante minha quente, a demente certeza
De ser eu o caçador e a caça.
Beija-me.
Abraça-me. Toma-me como teu.
Dá-me teu colo, pulsante,
Loucura e abandono em teu corpo nu.
Leva-me por tua pele morna e úmida
Buscar sem trégua a fugidia felicidade
De ser teu desejo e meu querer.
Abre tua fresta de delírios, o céu de meus sonhos,
Cálida e suplicante, latejante e túmida,
Mito que me põe em êxtase na vertiginosa dança
De ser eu a espada e tu o cálice,
De bebermos juntos o vinho do prazer,
Teu corpo em mim, meu corpo em ti...
Beija-me.
Dissolvamo-nos em um e ninguém,
Enlaçados, tontos, aconchegados...
Descansa então aqui comigo.
Juntos, nus, suados, plenos, entregues,
Bobos de amor como os amantes devem ser...

3 comentários:

Vinícius Castelli disse...

E completou-se de forma divina.

De Marchi ॐ disse...

Esse blog anda simplesmente um luxo, como diria Athaide Patreze.

Mérci disse...

Bravo!!!!!
Grandios�ssimo poeta...
Contigo aprendo e aprendo sempre.
Tem sempre algo lindo a ensinar
aiaiaiiiuiuuiiiiiii que lindo!!!!!!