30 de março de 2009

Meu Rio Doce

Vem ter comigo minha fábula,
Entrega-te nua, tua alma-sopro de menina
A atiçar meu desejo e tua sina.
Escreve teu nome com o fogo de teu sexo em minha rasa tábula!
Vem meu sonho velado gritar por mim, por meus braços
Em tuas movidas ancas cravadas de vontade de meus olhos baços.

Desarma-te e entrega-te a mim que te amo inteira
Pois teu doce rio a escorrer por tuas pernas de amorosa fonte,
Há de me saciar de ti quando eu beber aos pés de teu sagrado monte.
Vem, filha da deusa da espuma, vem carne sagrada e verdadeira,
A marca desse represado êxtase a agitar meu pensamento.
Tua alma consente e meu coração está a te chamar no vento...

Um comentário:

Mérci disse...

Nasci assim, meio avessa a roupas,
Íntima de meu corpo como veste
De todos os trajes do meu sentir.
Mas, assalta-me o desejo
De vestir a nudez da poesia.
Deixá-la me levar com leves vestes
Aos lugares em que nunca entrei
Porque sempre estava nua!

"Entrega-te nua, tua alma-sopro de menina
A atiçar meu desejo e tua sina."

Deixar partir o que será eterno, concluimos
Viver intensamente todos os delírios , incertezas
Sentirmo-nos apenas oculares nessas correntezas.

Amodoro você poeta
beijos