6 de abril de 2009

Espelho partido



Tu que me criticaste por eu não corresponder
À primeira imagem que de mim tiveste,
Mal sabes que era esse meu maior presente:
O que de mim consente acrescentar a ti mais do que viste,
A novidade que criaste do que eu seja.
Vê: a culpa de não me teres mágico assim,
Esse brilho apaixonado que me deste,
Não é minha. Nunca fingi o que não sou.
Se a velha escultura de teu engano desmoronou,
Foram teus olhos que viraram a página.
Eu não menti no que prendeste em tuas retinas.
Vai e segue teu próprio brilho enfim.

Um comentário:

Mérci disse...

Divago compenetrada e até penso
que inspiro um texto inédito,
Mas esbarro com um espelho partido,
Refletindo mesmas palavras de um poema antigo.
_Sabe nada de si, esta menina!
Todo dia nasce o sol, mas não é importante o fato.
Também morre todo dia, e nada muda por isto.
Há algo maior a ser considerado, eu sinto.
Existe um mistério oculto que faz sombra a luz de cada dia,
mas não sei dizê-lo, traduzi-lo... Sei, existe!
Transforma-se em obra vã, e eis aí o segredo!
Palavras às mãos, um amor preso no tempo e a saudade que não compreendo, mas que a alma a descreve, é a sombra que flutua ao dia...
E a poesia...descreve o que sussurra almas gêmeas na dor.

Beijos