Faz frio em Sampa,
Mas em mim faz mais...
Faz saudade de outras noites,
Quentes madrugadas...
Faz tempo que daqui
Mandava devaneios nas palavras...
Abriu-se um vazio em mim
Sem as letras que lhe dava.
Faz um eco triste essa distância
A esmorecer meu sonho,
A alma na lama movediça.
De repente, na melancolia,
Remexo antigos versos inconexos.
Faz poesia, peço,
Por favor, nunca é demais...
Está bem, mas é poesia de ninguém,
Eu a por palavras no faz de conta
Por uma imagem que já me fugiu.
Faz sentido sofrer
Quando não se vê o outro lado da lua?
Quando naquela longínqua rua
Vejo-me sem estar lá?
Faz um nó dentro do peito, isso é que faz.
Faz sol e fogem os dias, chove e passa,
Mas em mim nada se move...
E meu itinerário é uma trapaça
Na história do que queria ser,
O que quase desconheço.
Ao longe, alguém sorri, sabe-se lá para quem,
Mas mesmo assim me atrevo a olhar daqui
Para esse sorriso intacto e luminoso que intuí
Sem saber de coisa alguma. De repente...
De repente, faço um poema.
27 de junho de 2010
Faz
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2 comentários:
Adorei!
Abraços Mario!
Vanessa Marques
Lindo poema!
maravilhoso, estarrecedor.
Doloroso também.
Não deixe o frio congelar sua alma e impedi-lo de escrever os seus anseios e seus desejos.
Hoje já se faz calor!
Aqueça suas emoções e solte ao mundo os seus quereres.
Adoro tudo o vem de você,
suas emoções, suas alegrias, e até mesmo suas tristezas.
Beijos meus Mario!
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