2 de maio de 2008

A imagem recorrente

Olho como de primeira vez ao meu redor
E meu olhar enfraquece.
Meu mundo quase fenece, mas resiste em cor
E um brilho ainda tem.
Estou num vagante e nevoento torvelinho de dor
E emudeço, sou outro.
Perdi o fio do que se me revelava e insisto:
Do eu menino não quero o fim.
Hoje volto pelas janelas da alma
A aninhar surpresas e estupor
Pois o espírito ainda se entristece tênue.
Não sei o que sou, delirante e ingênuo,
Acho-me vidente
E perco o instante recorrente de me reconhecer espelho.

5 comentários:

Vinícius Castelli disse...

O teu eu menino nunca terá fim.
Bacio, belo

Anônimo disse...

se puder pode editar esse poema?
Beco Imundo

Que bom andar trôpego pelas ruas
Debruçado em balcões
Dormindo em caixas de papelões
Lambendo a céu néon
Atirando garrafas
Jogado as putas
Trombando bucetas fumegantes
Arrastando corpos infames
É bom o cheiro do mangue
É linda a merda na latrina
Becos de Sevilha
Atrás de alguma rapariga
Quero o ranger da noite
Seu hálito frio
Sua boca aberta
Seu bafo vadio
Ah eu quero
Também ficar nu
Alto edifício
Telhado lantejoula
O saco que nem cebola
Voar em cima do teu baú
Comer fuder pupuaçu
Meter nas cadelas
Fornicar perebas
Coçar remelas
Travestido poeta
Mordaça no limite da glande
Estrangula meu desejo
Jorra esgoto bacilo
Lembrança teu rosto mar morto
Ama-me na lama azul
Rasgo-te o cu
Ontem sai da taberna
Louco ódio andarilho
bocejei
Olhei em cima
Era tua face abissínia
Adormeci na tarde pestilenta
Li tua poesia agourenta

Ass, λάθη βιώσας

Anônimo disse...

tremura
Um tremido depressivo corrosivo despencava em seu
corpo moluscolo disforme
Quando o frio é mais intenso, nada pode resumir a satisfação
de ser idiota
Ela traspassou por pólos Calos de Mendes, foi ao hotel desiludida
achava sereno o amor
Passou pelos hospícios atarantados com pudor e sua cretina
alegria morna
Saldou seu enigma na quarta esquina esquizofrênica
repleta de lodo
Berrou um nome esquecido no passado oco de sua
memória febril
Meteu sua suplica debaixo do alambrado cara passada
a ferro fosco
Murmúrio ainda fresa pela macieira à tarde lodaçal ponche
fenda de rio
Tremeu balbuciando seus cabelos porangos precoce presos
ao arame farpado
Ejaculou bílis sentada à esteira de pregos pontiagudos que
fustigavam suas trompas
Derreteu fervente na casca do calcanhar fel de
sevada e arroz
Rolou esfregando-se nas lixas de unhas fincadas
a parede
Exauriu um odor pérfido de suas entranhas, abocanhou
uma coxa inteira de peru
Espirrou em cima do prato dando um arroto estridente e
voltou a coçar suas partes brotoejas
O ar impedido de sua sala miúda, então cambaleou renitente seu corpo em cima da estante
E de ponta cabeça arremessou seu crânio na quina da pia a direita
da copa
Repousou a língua mirrada no anzol prêt-à-porter agachada
em baixo do varal espinafre
Desabotoou o vestido amarrando-se ao corpete rasgado
na noite anginofóbica
Tentou levantar do sofá onde as molas guinchando sua saia
preguilhada multiforme
Derramou o leite na toalha bordada ponto cruz avessa perfeito
de linhas com sabor amarulas
Parou-se ribanceira a baixo, vislumbrando o flutuar harpia de
águia rapina grená
O rodopio transeunte de contramão, moléstia pelo chão
murmurando suplicas a esmo
Reabsorveu a saudade ilícita da jaca que apodrecia cancerígena
no orvário lama poeira
Galpão de brejos serrados, mergulho ravina no horizonte cor de
abobora
Fez amor abriu a geladeira virou o pote e cerejas creme viscoso escorreram-lhe pelos seios
Ass, Biosas

Anônimo disse...

deixei ai, se um dia quiser postar?
Ass, Biosas

Anônimo disse...

Besuntona
A buceta mágica
Mijou na pica
Irritou o pau
Bufunfou o saco escrotal
A buceta com seus lábios
Enterrou fundo
Buraco abrindo túnel
A buceta com seus bifes
Bateu punheta
Besuntou o pau
Das claras em neve
Escorreu seu canal
A buceta chorou
O corpo do clitóris
Os lábios menores
Trasbordou o balde
A buceta escorregando
Deslizando tanto
Esfolando
Espremendo
Funilando
Acabou gozando
A buceta e o clitóris
Chup chup ploc ploc
Foi por cima do muro
Balançando o colosso
O pênis já meio torto
A buceta
Sugando glande
Escavando uretra
Balançando a perereca
A buceta
Molhadinha
Abertinha
Quietinha
Só abrindo passagem
Pro pau entrar na garagem
Minou feita melancia
Água descia
Feito bica da pia
A buceta
Que coisa faceira
Foi tão boa à receita
Que comi feito um besta
Buceta
Linda se enfeita
Contorno azeita
Onde o pau se ajeita
Buceta gostosa
Engole jeba na crosta
Não deixa escapar
Coisa mais linda
Depois de deitar
Fuder essa cona
A luz do luar

Ass, Golon Byron