18 de maio de 2008

noturno 06

Extraditar-se é inevitável
Como seguir um estranho caminho quando se quer.
Em reinos de aluguel tal qual este aqui,
Lugares estrangeiros, quase seus,
Há às vezes uma esguia e amável mulher
Que vende cigarros, café, cerveja.
Oferece também para quem quiser e estiver atento,
Seu sorriso luminoso de brinde.
Na madrugada entre bombas de gasolina,
Carros, calor e chuva fina,
O céu não se vê mas com certeza é feito de estrelas.

Buscar também é inevitável.
Lanternas acesas, gotas iridescentes no pára-brisa, é ir-se.
O nômade que vai sempre aos encantos das novas paragens
Vem também para partir.
Um último aceno à princesa no covil,
Entretida a digitar preços para os desavisados
E então, fechando a porta,
Pegar estrada com um sorriso ganho de presente.
Nas horas erradias entre as margens molhadas da rodovia
Cintilam brilhos no asfalto
Mas é que estrelas estão onde queremos que seja o céu.

3 comentários:

Mérci disse...

"Mas é que estrelas estão onde queremos que seja o céu."

Não sei se vc é a estrela ou o próprio céu!!!!
Mas sei que você é a imensidão...
Sem limites para brilhar.
Quanta sabedoria no pensar e transmitir de forma sutil, o que lhe é peculiar.
Sempre transcendendo minha alma.
Lindo,"NOTURNO"

De Marchi ॐ disse...

Não posso discordar... :)

Mario Ferrari disse...

que bom! obrigado aos dois, Mérci e Denis pelo carinho!

Mario