26 de maio de 2008

O amor e a saudade

Aos amigos idos

Como se tivesse sede no deserto,
Estou com saudade da gente que amei.
Sinto-me só como um ermo lago cristalino.
Tudo em volta é silêncio.
Mas o não barulho é um hiato
Quase insuportável.
Estou com um jeito árvore,
Uma espreita centenária,
Como ouvir uma soprano cantar “pianíssimo”
Uma canção de água, um regato.
Uma vigília de rocha
Como o descanso do mofo,
Nos cantos mais escuros...
Uma espera vazia
Como mares tristes de solidão
Aonde ninguém vai!
Envelhecer é ser dado a reboco velho
Nas paredes onde festejam formigas!
Só falta cair da teimosia,
Mesmo assim, sem deixar de amar.

4 comentários:

Vinícius Castelli disse...

Quando termino de viajar no que leio aqui, fico com a boca aberta ainda por um minuto ao menos.

Vou longe, tão longe.

bacio per te.

Mario Ferrari disse...

você é muito amável mesmo mio bel ragazzo! te curto muito Vini.

De Marchi ॐ disse...

Nossas pequenas elegias...

Mario Ferrari disse...

Matou a pau Denis!