31 de agosto de 2008

A ilha dos teus segredos

A língua da noite é áspera e fria.
Velejo e, no hálito do vento, não ouço segredos.
Teu rosto surge na maré das mesas.
Para ninguém olhas, brilho quente de âmbar!
Ilha, teu pensar é terra mas não dizes palavra
E eu vou navio fantasma a vagar por carnes e ossos
Enquanto a noite abre sua boca de oceano
E lambe meu corpo com sua língua dura.
Procuro teus olhos, águas vivas, em vão.
Observo teus recifes por onde sonho navegar,
Desejando meu naufrágio em teus escolhos
Só para ouvir os teus segredos.
Navegar é impreciso, mesmo pelo mar de meu amor.

Um comentário:

Mérci disse...

Se ouvisse os segredos,
Você se alegraria com eles?
Navegar é preciso, mesmo pelo mar
fundo escondido a bater no rochedo...
Lindo poema Mario
Você é lindo
abraços poeta
adoro você