30 de dezembro de 2008

O rio sem margens

Um poema de Adiano Francisco Geraldo

Onde coisas recomeçam quando o
Fluxo dos cotidianos leva tudo
Como um rio sem margens?

É triste, tudo é triste...
Porque estou triste, tudo é triste
Porque sou...
Fugir...
Mas impossível levar este corpo
Que sinto: começa a se decompor,
Num comboio que não existe!

Se sou dramático? Quem dera o fosse!
Sou fato, porque escrevo...
De resto, tudo muda...
Não sei, já tarda!
Algo que desconheço me é urgente!
Não sei, não sei...

Naufrago num rio sem margens!

Me sinto, não me compreendo.
Entendo,
Sem poder dizer uma verdade sequer.
Sou o rio sem margens!
Mas não sou!
O que vi, fui um rio sem margens!
Mas aonde? Pra que?
Não afirmo...

Quero morrer, mas não da vida.

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