28 de julho de 2008

As folhas mortas

Piso palavras cuspidas a esmo nas calçadas,
As folhas mortas dos poemas
Caídas no inverno em meu coração...
Poesia agonizante, pó do caminho,
Dia a dia, tudo é tão igual.
Os rostos velados do quotidiano não revelam a nudez afável
E quente que deixaram de si sobre as camas visitadas
E perambulam indecifráveis mesmo quando ao espelho.
A lascívia de insinuantes versos noturnos de feridos amores
Desmancha-se ao sol como se nunca tivesse existido.
E eu vou pela rua coberta de estrofes abandonadas
A verter grossas lágrimas em minhas velhas faces.
É inverno em minha dilacerada alma.

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