9 de setembro de 2008

As ilhas

Beleza da ilha nevoenta e chuvosa
de nascentes, praias, morros e barcos
e navios e caminhos,e o sol, ah o sol,
os pensamentos nas esquinas de São Paulo,
velha puta que do planalto manda esgotos,
saudações repugnantes aos moradores da orla do mar
bosta petróleo, ilha porção de terra mater
dolorosamente cercada de água por todos os lados
que a chuva une e pune,
raiva de paulistano ano que vem será melhor de nascentes
e borrachudos e pensamentos de névoa branca, fumaça,
São Paulo da garoa morta atrás dos jardins destruídos
das praças que existem já não existem beleza de falsa ilha
do planalto cercada de lixo por todos os lados
e que a chuva de balas une e imunes paulistanos
de “caramarrada”, “cu na mão lá vem o guarda”,
vão sair de viagem para o litoral de sul a norte
a espalhar sonhos, desejo sina e morte pelo mar,
sistema Imigrantes Anchieta dorme filhinho
nas curvas da estrada de Santos, ferida fera
azes lotam ônibus farofa e frango, futebol e insolação
ou norte balsa, balsas de travessias soltas,
solto a voz nas estradas alguém que vi de passagem,
cento e setenta quilômetros e beleza de ilha névoa e chove,
chove penso e chove, chove penso e acordei chorando
e chove, chove e chove, chove e chove, chove...

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