30 de dezembro de 2008

Cantiga ordinária

poema de Adriano Francisco Geraldo
Encher de cosmos o enfeite dos cabelos de outro
Sonhar é quase isso...

Quase não pensar
Isso seria o que nos é suficiente...

Quando ele ia arrastava a neblina consigo...

A desordem dos sons...
Uma cerca rangendo fecha a poesia...

Sou um poeta primitivo...

Fumo, cuidado, contra o vento
Não quero incomodar o sono
dos Marimbondos
Sobre a minha janela...

Os insetos já se acostumaram com minha ausência
São indiferentes a minha presença...

E a paisagem quando escrevo é minha...

Cubro-me quando vou dormir,
com as peles que não cacei,
com as linhas que não teci
e com os corpos que não amei...
Como hei de ter sono tranqüilo então?
Inda mais num dia de chuva!?

O destino, se é que ele existe, deve ser cheio de improvisos...

A ausência metafísica dos bancos das praças...

Um gerúndio é uma dádiva...

Em geral,
acho que durmo mal mas, ao longo do meu dia
Percebo que estou mal acordado como se
um sono ensopasse a roupa que é meu corpo...

Eu às vezes sonâmbulo
Eu ás vezes despertâmbulo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada por estes presentes...