16 de julho de 2008

Existir


Quero-me assim sem fronteira.
Navegar em meu derramado mar,
Redemoinhos de água e de tempo,
Olhares e carícias entre galáxias.

Quero o vôo mais alto,
A vertigem, o abismo,
A queda e os anjos a olhar,
Surpresos, boquiabertos...

Cair no mar, o mergulho,
Novos amores, a volta do parafuso,
O uso, as delícias, os interstícios,
Os vícios que me põe a saltar sobre as ondas.

Quero ser pó de mundos, lama,
Novas crenças para eu chafurdar.
Montarei cavalos de espuma,
Para além do que sou.

Quero-me enfim comigo,
Perdida nau vagante, fantasma,
Olhar desatinado pelo universo,
Sem saber para onde.

É assim que me quero: ponto,
Dor em vagas de estrelas.
Navegar a ser
Mesmo se inútil for.

Um comentário:

Mérci disse...

"Quero o vôo mais alto,
A vertigem, o abismo,
A queda e os anjos a olhar,
Surpresos, boquiabertos..."

Quero isso tudo prá mim, poeta dos encantos.
Sou sua fã!!!!!
Já lhe disse isso hoje?
Eu saboreio seus escritos...
abraços