1 de setembro de 2008

Escultura

Com o cinzel de madeira e grafite
Vou entalhando vidas no papel
Traços finos e grotescos emergem silenciosamente...

Esculpindo suavidades
Murmúrio de asas etéreas
Vôos brandos por sobre rochedos
E brisas descendo o penhasco.

Golpes acentuados e
Rebentam olhos absortos,
Fadigas intermináveis
E um tempo que não se afasta.

Fragor colérico (e suor vertendo em fio)
Irrompe assombrosa a Verdade
Face oculta, omitida,
Bruta e descomunal.

Ao fim do trabalho,
Corpo inerte e cinzel deitado sobre o tempo
Observo a obra magnífica:
Matéria prima, alva,
Novamente límpida,
Intocada e virgem.

Escrever é a eterna arte de recomeçar...

2 comentários:

Mario Ferrari disse...

Ao fim do trabalho,
Corpo inerte e cinzel deitado sobre o tempo
Observo a obra magnífica:
Matéria prima, alva,
Novamente límpida,
Intocada e virgem.

Escrever é a eterna arte de recomeçar...

O suor da alma: poesia!

Belo poema, um achado!
Beijo Vanessa
Mario

웃 Mony 웃 disse...

Escreves, logo existes! ;)
De nascimento em nascimento se nutre o sentimento...
Voa nas asas das palavras, linda borboletra!
Beijocona.