Para Adriano & Denis
Andarilho sem rumo,
Um prumo a oscilar infiel no barbante,
Vago sempre, errante pelas frias madrugadas,
Entre os boatos da cidade vadia que não dorme.
É que os bobos da noite também não!
Estão a buscar...
Uma vez, numa antiga encruzilhada,
Olhando os carros a ir e vir,
Ali no chão de asfalto gris,
Vi uma rosa escarlate!
Assim, de repente...
Úmida no meio da rua, inteira,
Quase um disparate, jazida filha de lua,
No limiar de minha fronteira,
Estava lá a me pertencer.
Era minha rosa escarlate.
Dei por mim na beira da calçada.
Meus enganos, meus delírios,
De repente nada mais importava.
Tinha sido arrebatado.
Ali era o fim e o começo,
Minha monção, meu ingresso:
Ali estava a escura rosa escarlate e eu,
Eu na instantânea epifania.
A noite tem dessas surpresas...
Carros, passantes, ecos e boatos,
E os bobos vagando insones e teimosos,
A garimpar eternidades.
27 de abril de 2008
Noturno 11 - A rosa
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7 comentários:
A vida tem dessas surpresas
Noites de garimpo, frias madrugadas
Encruzilhadas e vez em quando uma rosa.
Inda bem que há a eternidade
Para suas palavras serem sempre mais...
Belo.
Beijos da Vanessa
fico feliz cada vez que você me visita. um beijo, vanessa!
Mario
Obrigado, Marião... duplamente.
P.S.: calma que eu já troco... heheheh
Que lindo
DENIS: A FLOR
PERFEITO!!!
Não me chama de flor que eu sou espada, ó rapaz! :D
P.S.: ufa, não sabia se ia gostar.
..."bobos da noite...", marião cada vez mais repleto de achados.
Muito bom.Aliás este grupo de poetas do blog eh da pesada mesmo...
Sobre aquele café, incomodaria amigo vir tomá-lo aqui em casa tarde dessas, onde poderemos ouvir valiosos exemplares sonoros ou visuais ? Fica ao lado da estação Vila Mariana...entra em contato !
Abração e muita inspiração...
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