Eu sou poesia
Nua na calçada.
Pólen de tempo,
Dúvida do altar,
Perfume que não se explica,
Sou fruta da terra,
Pó de asa de anjo,
A mãe da semente
Caindo entre os joelhos...
Sou noite e sou dia,
Prostituta e sacerdotisa.
Colo meu que contemplo,
Espelho de duas imagens,
Desejo de amar,
Desejo de morrer.
Lume que em meus olhos fica,
Sou a gruta que espera em êxtase
O naufragar dos amantes.
Sou a palavra, a fábula,
O disfarce da verdade.
Despida véu a véu, sou corpo,
Alma na lama, sopro e carne!
Sinto-me como a filha escolhida,
A que brilha alta e resoluta em meu céu,
E a fêmea obscura das minhas entranhas,
A vida ávida, grave e geratriz.
Eu fui, eu sou, eu serei a busca.
10 de abril de 2008
Quem sou
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6 comentários:
A poesia no feminino!
És tudo.
Tudo onde um homem quer se realizar.
Hummm..
Visite o meu quando puder.
Acho que vais gostar.
Bacio per te
Thea, a poesia é inversamente proporcional a essa foto borocochô hehehehehe
"Lume que em meus olhos fica"
"Dúvida do Altar"
Ficou na minha cabeça a tarde inteira. Pura Lilith... :)
Talvêz esta foto, Denis?
Si si... a foto não fazia jus aos olhos...
(colou? :D)
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