"A carne é sagrada; obscenos são os que matam em nome de Deus!"
A verdade não existe.
A verdade negada em pântanos putrefatos,
Efervescências de tropicais Espanhas do esquecimento,
Verdade de teus olhos e cabeleira prometidos à virgem mãe,
É a que toda visão pequena deseja e não existe.
Entre insetos e aventureiros, deuses negros, pagés índios
E religiões de crucificados, tua possessão mágica,
Estigma de ter nascido num país prematuro, americano,
Tornou-te incompreensível, mesmo se óbvia.
Judeus, inquisidores, nativos, colonizados e colonizadores,
Os homens não entenderam
O sangue selvagem dos cavalos de dezembro,
A quebra da empáfia estúpida dos medíocres
Que vivem a parir preconceitos em suas mentes de esterco.
A verdade é olhar ileso como um recém-nascido
Entre fogos fátuos da filosofia dos ancestrais.
É um mergulho na lama do pensamento humano
E emergir sem ondas da plana e oceânica sabedoria.
Tenho fé nos teus cabelos e nos teus colares africanos,
Mas é tarde,
É muito tarde, muito tarde. Amo uma santinha morta,
Quase inexistente num velho século de novas indecências,
Do meio de meu charco pútrido e humano.
É muito tarde, alma, muito tarde!
Mas quem sabe...
Poema inspirado no livro "Do Amor e Outros Demônios"
de Gabriel García Márquez
18 de abril de 2008
A santinha do Caribe
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2 comentários:
Será tarde mesmo???
Muito lindo.
Bacio per te
Vini, quando puder leia "Do amor e de outros demônios" do García Márquez... ;)
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